2020 foi um ano bem atípico, o Coronavírus se espalhou rapidamente e, lá em março, já era decretada uma pandemia. Com isso, mudou-se a forma de trabalhar e interagir socialmente, já que as palavras de ordem eram isolamento, quarentena e depois lockdown. A partir disso, ferramentas digitais e redes sociais entraram fortemente nas rotinas diárias de muita gente! De acordo com dados do site SocialBakers, 42% das pessoas dizem que aumentaram o uso das mídias sociais durante a pandemia. Estes dados cruzados com a informação de que 91% dos jovens de 16 a 24 anos usam a internet para redes sociais*, nos mostram que nosso dia a dia é permeado de cliques, curtidas, compartilhamentos e visualizações. Mas será que esse uso massivo da internet causa malefícios?
A redes sociais foram descrita como mais viciante do que os cigarros e álcool, segundo o estudo da Royal Society for Public Health. E esse mesmo comportamento é explorado no documentário O Dilema das Redes, da Netflix, que aponta as plataformas digitais como viciantes e criadas para manipularem o comportamento dos usuários. De acordo com estudo da Universidade da Pensilvânia, “usar menos mídia social do que normalmente levaria a reduções significativas na depressão e na solidão”, afirma Melissa G. Hunt, autora da pesquisa.
Para Mark D. Griffiths, professor da Nottingham Trent University, “os usuários habituais de mídia social nunca sabem se sua próxima mensagem ou notificação será a que os fará se sentir realmente bem. Em resumo, recompensas aleatórias mantêm os indivíduos respondendo por mais tempo”, em entrevista para o site Gizmodo.
Será que as redes são apenas “más”? Mesfin Awoke Bekalu, pesquisador do Lee Kum Sheung Center for Health and Happiness, afirma que as redes podem ter efeitos benéficos, porém, o autor ressalta que “enquanto os benefícios eram geralmente associados a idade mais jovem, melhor educação e ser branco, os danos estavam associados a idade mais avançada, menos educação e ser uma minoria racial.
Tudo isso acaba afetando nossa saúde mental!
O que seria o melhor a ser fazer?
Em vez de ficar horas a fio navegando pelas redes, que tal estabelecer períodos e horários para utilizar cada plataforma? Atualmente, os celulares e os próprios aplicativos têm ferramentas que monitoram e avisam os usuários sobre o comportamento dentro das redes sociais.
O Instagram, por exemplo, tem uma área em que mostra quanto tempo de uso diário e você ainda definir o tempo que quer passar na rede. Quando se atinge o período estabelecido, você recebe uma notificação.
Desligando as notificações
Porém, a maior armadilha das redes sociais são mesmo as notificações, apesar de ser possível desabilitá-las, muita gente mantém os sons e pop-ups na tela do celular. Só que são elas que fazem com que a gente checar cada mensagem recebida. O professor Mark D. Griffiths, em entrevista para Gizmodo, explica que quando ouve o toque, trinar, zumbido ou vibração de uma mensagem ou notificação recebida? Para a esmagadora maioria deles, eles reagem a esse estímulo checando as telas em seus dispositivos móveis e verificando o que foi enviado. Isso cria um gatilho para uma rotina e é exatamente o que os operadores de mídia social querem que você faça.
No início pode parecer difícil, mas você habitua a uma vida sem notificações com o tempo. Se você não utiliza redes sociais para trabalho, fica ainda mais fácil tirar os avisos dos aplicativos. Além disso, outra dica é tirar os atalhos das redes da tela inicial do celular. Ao deixar os ícones mais escondidos, você deixa de entrar a cada minuto, pois viu o ícone no smartphone. Também é interessante definir períodos do dia para chegar os posts e mensagens sociais.
Fontes:
– *Social media and young people’s mental health and wellbeing, Royal Society for Public Health.
– Por que as redes sociais são tão viciantes?
– Dicas sobre mídia social