Se você costuma entrar no Linkedin ou acompanhar conteúdo sobre carreiras, já deve ter se deparado com essa sigla, correto? ESG significa “Environmental, social, and corporate governance”, no bom e velho português é “governança ambiental, social e corporativa”. Em resumo, é uma nova área de atuação dentro das empresas que visa avaliar como as corporações trabalham em consonância aos objetivos sociais, indo além da atribuição de uma empresa para aumentar os lucros em nome dos acionistas da corporação.Ok, mas o que isso quer dizer na prática?

Segundo Caroline Braz Pimentel, CEO da Geração Social, para o RH Summit: “Quando estamos falando de ESG, estamos falando das empresas que têm estratégias e práticas alinhadas com o social, com o ambiental e com a governança. Quando a gente fala de ESG, diferenciando um pouco de quando a gente falava de sustentabilidade e responsabilidade social, estamos falando da empresa pensar de forma estratégica para desenvolver aquelas três palavrinhas (social, ambiental e governança) visando alto desempenho e lucratividade em longo prazo.

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Como surgiu e quais objetivos?

Apesar de parecer um modismo ou uma tendência passageira, o ESG é uma nova maneira que as corporações estão enxergando seus negócios. Não é algo que surgiu agora, ele foi instituído, em 2004, com o Pacto Global, por meio do Banco Mundial e das instituições financeiras. De acordo com relatório da PwC, “até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESG, o que representa US$ 8,9 trilhões, em relação a 15,1% no fim do ano passado. Além disso, 77% dos investidores institucionais pesquisados pela PwC disseram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos dois anos.”

O objetivo do Pacto Global é definir uma nova forma de alocar recursos e de como as empresas produzem, visando evitar o colapso global, tanto na economia, quanto nos pontos ambientais e sociais. Nesse mesmo momento foram criados os princípios de investimentos responsáveis. Após a pandemia, as instituições financeiras mudaram sua maneira de oferecer créditos, priorizando empresas alinhadas com práticas de ESG. Além disso, as corporações que estavam mais alinhadas com o social, com o ambiental e com a governança tiveram impactos menores durante a pandemia do Coronavírus.

No Google, a sigla deve um aumento considerável de buscas nos últimos anos.

Busca pelo termo ESG no Google Brasil desde 2004.

“Um dos principais motivos do crescimento da agenda ESG é a urgência em combater as mudanças climáticas. De acordo com as Nações Unidas, para limitar o aquecimento global em 1,5ºC, quando comparado aos níveis pré-industriais, as emissões de carbono devem ser reduzidas em 45%, até 2030, e chegar a zero até 2050. Mais de 70 países, que representam ao redor de 76% das emissões globais de carbono, já se comprometeram com metas net zero, ou carbono zero”, foi descrito em artigo da revista Exame.

Não é só em relação ao ambiente que o ESG está inserido, cadeias produtivas, melhores práticas e local laboral de qualidade, também são temáticas a serem trabalhadas. “Conhecer seus fornecedores (e suas práticas ambientais e sociais), manter um bom ambiente de trabalho (com diversidade, remuneração justa e investindo no desenvolvimento e dignidade de seus funcionários) e investir no desenvolvimento da comunidade na qual a empresa está inserida geram impacto positivo. Colocar o cliente no centro das decisões traz produtos e serviços de melhor qualidade, inovação e demanda mais resiliente”, são alguns pontos levantados pelo artigo da Exame. 

Como implementar ESG nas empresas?

Sendo assim, podemos perceber que o esforço para desenvolver ESG nas empresas não é algo passageiro, é uma estratégia que veio para ficar, é uma prática vista como necessária para a sobrevivência dos negócios. A grande questão que fica é: como mudar uma cultura ou convencer uma liderança da empresa a implementar uma gestão focada no social, no ambiental e na governança? 

O ESG é uma ferramenta. Para implementar dentro de uma companhia é preciso criar etapas e engajar os colaboradores. Segundo Roberta Pettenati, Diretora de RH da Pettenati, para o RH Summit, “isso tudo não acontece porque é simplesmente uma obrigação. Se for apenas num aspecto de auditoria, isso não entra para as pessoas. A gente sempre trabalha o ‘porquê’, o por que estou fazendo isso? Se não faz sentido para as pessoas que estão conduzindo o trabalho, não vai acontecer.” Em algumas empresas, o ESG é implementado pela área de Compliance, em outros casos, está dentro do RH. O ponto principal é que as altas lideranças dentro das corporações entendam seus objetivos e como criar práticas ESG, para assim, engajarem seus liderados. 

Enquanto as empresas implementam suas áreas de ESG, o mercado começa a se aquecer para profissionais que possam gerenciar e implantar novas diretrizes. A tendência é que especialistas e consultores sejam contratos pelas empresas para os próximos anos. Fazendo uma busca no Linkedin para a sigla, alguns resultados de vagas aparecem para diversas cidades brasileiras. 

E sua empresa ou local de trabalho já está preparado para esse novo modelo?

Fontes:

ESG – Pacto Global

O que é ESG, a sigla que virou sinônimo de sustentabilidade